Companhia de Ópera do RS estreia Il Trionfo del Tempo e del Disinganno no Teatro Oficina Olga Reverbel
- ciaoperars

- 6 de out.
- 4 min de leitura
Atualizado: 9 de out.

Pela primeira vez apresentada na América Latina, a obra de Händel contará com as participações da BACH Society Brasil e da Plural Cia de Dança. Apresentações ocorrem nos dias 18, 19 e 24 de outubro
Il Trionfo del Tempo e del Disinganno (O triunfo do tempo e do desingano) foi escrito quando Georges Friedrich Handel tinha apenas 22 anos. Composto na primavera de 1707, ele o mostra em seu momento mais confiante, combinando conjuntos virtuosos, árias cativantes e uma escrita orquestral vibrante.
Obtendo enorme sucesso na Itália, especialmente entre a nobreza e o clero – quase sinônimos naquela época – ele impressionou seus primeiros patronos, o Cardeal Carlo Colonna, o Cardeal Benedetto Pamphili e o Cardeal Pietro Ottoboni com seu virtuosismo no teclado e suas composições inspiradas e brilhantes. O libreto do TRIONFO é, a propósito, de autoria do Cardeal Pamphili: uma alegoria moral-religiosa, gênero que estava em moda na época.
A obra, que trata da conversão da Belleza e do Prazer para alegorias com valores e aspirações mais elevadas, terá sua primeira apresentação na América Latina nos dias 18, 19 e 24 de outubro, no Teatro Oficina Olga Reverbel. Para esta montagem, a Companhia de Ópera do RS (CORS) convidou a Bach Society Brasil e seus instrumentos de época e Plural Cia de Dança para dar vida e teatralidade a uma obra extravagante com quatro cantores no auge de suas habilidades técnicas e interpretativas: a soprano Carla Domingues (Belleza), as mezzo-sopranos Carol Braga (Piacere) e Cristine Guse (Disinganno) e o tenor Roger Scarton (Tempo).
O diretor musical de TRIONFO, Fernando Cordella, é especializado em repertório barroco e um dos principais cravistas de sua geração na América Latina. Professor de cravo e coordenador do núcleo de música barroca da Escola Municipal de Música de São Paulo, tem atuado fortemente como solista e maestro convidado das principais orquestras do Brasil e exterior. Na música de câmara, trabalha com Peter van Heyghen (Bégica), Rodolfo Richter (Inglaterra), Luis Otávio Santos, Emmanuele Baldini, Juan Manuel Quintana (Argentina), Roman Garrioud (França), Michaela Comberti (Inglaterra), entre outros.
A dramaturgia e a direção cênica serão assinadas por William Pereira, que situará o espetáculo no universo da moda e da alta costura. William é apontado como um dos maiores e mais atuantes diretores de teatro e ópera no Brasil. Formado em Direção Teatral pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, Pereira é também um dos principais expoentes do teatro de vanguarda dos anos 1980. Ajudou a fundar o grupo A Barca de Dionísio e, nos anos 1990 foi estagiário em direção de cena lírica em Londres, na Royal Opera House e English National Opera, trabalhando em espetáculos dirigidos por Antoine Vitez, David Pountney, Eliaj Moschinsky e Harry Kupfer.
O coreógrafo Milton Coati é professor, ensaiador, coreógrafo, gestor, foi bailarino de companhias renomadas como Mauricio de Oliveira & Siameses, J. Garcia & Cia., Cia. de Danças de Diadema, São Paulo Companhia de Dança e Balé da Cidade de São Paulo. Com uma sólida trajetória na dança, atuou como artista independente, criou o solo Alguém para chamar de meu bem e interpretou obras clássicas e contemporâneas de coreógrafos de destaque, como George Balanchine, Henrique Rodovalho, Rodrigo Pederneiras, Itzik Galili e Jiří Kylián.
Entre suas criações coreográficas estão Mira (obra concebida em realidade virtual), o ato clássico de Schumann ou Os Amores do Poeta e Paixões Brasileiras, esta última apresentada na Expo Dubai 2021. Lecionou e ministrou workshops no Brasil e em diversos países da Europa, América do Sul e Oriente Médio. Atua como jurado em festivais nacionais e internacionais. Desde 2014, integra a equipe da São Paulo Companhia de Dança como professor e ensaiador, tendo assumido a gerência da equipe de ensaio em 2019. Atualmente, é co-diretor artístico da São Paulo Companhia de Dança.
“Em tempos de padrões de beleza rígidos e estipulados por redes sociais e um culto ao prazer desenfreado, a obra nos chama à reflexão através de uma música sublime nessa obra tão importante de ser revisitada no mundo em que estamos vivendo”, destaca o presidente da CORS, Flávio Leite.
O espetáculo é financiado pelo Ministério da Cultura e Secretaria de Estado da Cultura, com patrocínio das Farmácias São João, Proterisco e Nova Aliança e apoio do Consulado Geral da Itália em Porto Alegre e do Restaurante La Villa Amalfi.
ELENCO
Belleza: Carla Domingues, soprano
Piacere: Carol Braga, mezzo-soprano
Disinganno: Cristine Guse, mezzo-soprano
Tempo: Roger Scarton, tenor
Plural Cia de DançaDireção-geral Plural Cia de Dança
Direção artística: Mauricio Miranda e Pedro Coelho
Coreografia: Milton Coatti
Assistentes de coreografia/ensaiadores: Mauricio Miranda e Pedro Coelho
Bailarinos: Alexandro Reis, Amanda Sgarioni, Andressa Pereira, Didi Pedone, Edison Garcia, Pedro Coelho, Richard Salles e Rossana Scorza
BACH Society Brasil
Direção artística, cravo e órgão: Fernando Cordella
Violinos barrocos: Giovani dos Santos, Márcio Ceconello e Renata Bernardino
Viola barroca: Renata Bernardino
Violoncello barroco: Diego S. BiasibettiViolone: Alexandre Ritter
Oboé barroco: Érico Marques
Teorba: Silvana Scarinci
FICHA TÉCNICA
Direção musical: Fernando Cordella
Dramaturgia e direção cênica: William Pereira
Direção de dança: Maurício Miranda e Pedro CoelhoDireção vocal: Vitor Philomeno
Coreógrafo: Milton Coati
Cenário: William Pereira
Figurinos: Daniel Lion
Iluminação: José Luis Fagundes
Produção: Gabriel Santana
Assistência de direção: Fernando Montini
Pianistas correpetidores: Patrick Menuzzi e Eduardo Knob
Assessoria de imprensa: Roberta Amaral
Design gráfico e fotografias: Vitoria Proença
SERVIÇO
TRIONFO DEL TEMPO E DEL DISINGANNO
Quando: 18, 19 e 24 de outubro | Dias 18 e 24 às 19h, e dia 19 às 17h
Onde: Teatro Oficina Olga Reverbel (Rua Ruachuelo, 1089 – Centro Histórico)


